segunda-feira, 15 de março de 2010

.Arlindo dos 8 baixos


O bairro de Dois Unidos, no Recife, se transforma aos domingos.

Há 10 anos o sanfoneiro cego Arlindo dos Oito Baixos promove um forró arretado no que era o quintal de sua casa. Quem pensa tratar-se de coisa pequena, se engana. O Espaço Cultural Arlindo dos Oito Baixos – reformado pela Prefeitura – comporta 800 pessoas. Gente de toda a cidade, além de turistas, frequenta o autêntico arrasta-pé nordestino. Além do anfitrião, não raro o público depara-se com Dominguinhos, Camarão e outros ícones da música pernambucana.

Nascido em Sirinhaém, Arlindo é autodidata na arte de tocar sanfona. Aos 10 anos já dava seus primeiros shows. Costumava variar entre a sanfona de 80 e 120 baixos. Já adulto, aproximou-se de Luiz Gonzaga. Tocou com o rei do baião por mais de 20 anos. Dele recebeu um conselho: “Vá tocar sanfona de oito baixos. Já tem muito sanfoneiro por aí que toca as outras, você vai ser diferente”.

Hoje, aos 68 anos, além de promover o concorrido forró, Arlindo dá aulas de sanfona. E comemora o interesse dos mais jovens pelo instrumento. “Enquanto esse pessoal existir, a sanfona não vai morrer.” Já gravou 12 discos, e entrará em estúdio em janeiro para mais um lançamento – todas as canções foram apresentadas em primeira mão no forró.

No ano passado, o público diminuiu devido à lei seca. Um jornal da cidade chegou a noticiar que o local poderia fechar as portas. Os admiradores se uniram em movimentos e o lugar foi resgatado com força total. Só um aviso: nada de ir ao forró de chinelo ou bermuda. “Tem de vir arrumado. Sem sapato não entra”, avisa o sanfoneiro.






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Arlindo dos 8 baixos - Mestre do Beberibe - 1981 (Forró tem que ser coladinho).rar

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