sábado, 6 de junho de 2009

.Modernidade Sim! Esculhambação Não!

Modernidade Sim! Esculhambação Não!

É flagrante a queda de nível em alguns ritmos da música brasileira. O Brasil é conhecido mundialmente pela sua diversidade de ritmos musicais. Nenhum outro país do globo é tão rico musicalmente com ritmos regionais. O Forró do nordeste como um todo, o Maracatu de Pernambuco, o Bumba-meu-Boi do Maranhão, O Boi Bumbá do Amazonas, a música gaúcha no caso do Rio Grande do Sul são alguns dos exemplos que podemos citar.
Entretanto, o que assistimos nos últimos anos, é uma depredação e porque não dizer, uma deturpação de vários ritmos e da música brasileira como um todo. A modernidade trouxe muito mais pobreza do que enriquecimento musical, ao menos no caso brasileiro. Senão, vejamos:
O Forró, historicamente sempre foi como a divulgação do dia-a-dia do nordestino. O chamado Forró-pé-de-Serra, bem como o Xote nada mais são do que o Forró original produzido nos mais longínquos rincões do nosso país. Suas letras falam dos problemas sociais, das angústias, da falta de chuva que atinge boa parte do povo daquela região do país. Asa Branca, de Luiz Gonzaga é um forte exemplo disso, vejam abaixo:

1-Quando oiei a terra ardendo
qual fogueira de São João
Eu perguntei, ai a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação.
2-Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
morreu de sede meu alazão.
3-Até mesmo a asa branca Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração.
4-Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão.
5-Quando o verde dos teus oios
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração.
Asa Branca, que dá nome à música, é uma ave típica da região. Uma música que retrata um grave problema social até hoje existente. Pergunto: Quais das bandas de forró da atualidade, fala de questões como essa em suas músicas? As bandas de Forró de hoje, prestam um desserviço à música e até mesmo à cultura do seu próprio povo, o nordestino, pois deixam de retratar tal situação para falar de amenidades, ou o pior, de chifres (traições). Isto sem falar na apelação sexual onde a mulher é frequentemente colocada apenas como um objeto sexual e a modificação do ritmo original com o Forró Eletrônico. Não sou contra modificações e muito menos contra a modernidade. Mas nesse caso, descaracteriza todo o ritmo e ataca a cultura daquela região do país. Tudo isso fruto da ganância de produtores e artistas, ávidos por dinheiro, que imaginam que assim poderão enriquecer mais rapidamente com maior venda de CD’s/DVD”s.

OBS: Trecho de um texto postado em um blog de rock n’roll.

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