sexta-feira, 28 de junho de 2013

. Série: O Milagre de Santa Luzia "COMPLETA"

A série de TV O Milagre de Santa Luzia revela, por meio de um mergulho profundo no universo da sanfona, um Brasil diverso e riquíssimo culturalmente. São 52 programas dirigidos pelo cineasta Sérgio Roizenblit, que também assinou a direção do longa-metragem homônimo que deu origem à série. A ideia do documentário, por sua vez, nasceu do projeto O Brasil da Sanfona, de Myriam Taubkin, cujo material, tanto de pesquisa como de imagens, foi amplamente usado nos programas. Além da direção e da linguagem documental, outra ‘herança’ do filme é a condução sensível e cativante do mestre Dominguinhos, o maior sanfoneiro do Brasil. Ele apresenta personagens e lugares inesquecíveis, do extremo sul ao nordeste, passando pelos centros urbanos, o interior paulista e o remoto sertão do centro- oeste, e traz ao conhecimento do espectador elementos raros da cultura de todo o país. A sanfona, por ser um Instrumento fundamental da música regional, mas por ser usada também em orquestras e na música popular das grandes capitais, aparece como elemento perfeito para contemplar essa diversidade e riqueza, e desvendar os tantos brasis que compõem o Brasil.
O termo 'vaqueiro', no nordeste, designa não somente o profissional responsável por cuidar de um rebanho de gado, mas o representante de uma cultura riquíssima, marcada pela indumentária de couro, o berrante e o aboio, indispensáveis a quem se dedica de corpo e alma a essa arriscada atividade. O mais ilustre vaqueiro de que se tem notícia é Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, que morreu em Serrita, assassinado por um companheiro que invejava sua competência e coragem, conforme diz a lenda. O Rei do Baião, além de compor a belíssima canção A Morte do Vaqueiro, também criou, em homenagem ao primo, a popular Missa do Vaqueiro, que até hoje reúne milhares de pessoas em Serrita anualmente. O programa da série O Milagre de Santa Luzia, além de tratar da história de Raimundo Jacó e da Missa, por meio de gravações feitas para o projeto O Brasil da Sanfona, mostra um belíssimo e inusitado encontro entre Dominguinhos e um grupo de vaqueiros, ao acaso, no meio da estrada. Maior sanfoneiro do Brasil, Dominguinhos é também o apresentador da série O Milagre de Santa Luzia. Nascido em Garanhuns, em Pernambuco, José Domingos de Morais começou sua carreira tocando pandeiro no trio de irmãos Os Três Pinguins, ao lado de Moraes (sanfona) e Valdomiro (malê, uma espécie de zabumba). Nenê (seu apelido na época) tocava com o grupo nas feiras de Garanhuns, e um dia foi ouvido por Luiz Gonzaga, que se encantou com ele e resolveu apadrinhá-lo. Em 1954, Dominguinhos mudou-se para o Rio de Janeiro e radicou-se em Nilópolis; na época, ainda era conhecido por ser o filho do Mestre Chicão, afinador e tocador do instrumento de oito baixos. Ganhou uma sanfona do padrinho Gonzaga e, junto com Miudinho e Borborema, montou o Trio Nordestino. Em 1967 foi levado a São Paulo por Pedro Sertanejo, onde tocou nas casas de forró e lançou muitos discos pela gravadora Cantagalo. No ano seguinte, formou dupla com Anastácia, com quem fez parcerias de muito sucesso, como 'Eu só quero um xodó' e 'Tenho sede'. Na fase pós-tropicalista, nos anos 70, Dominguinhos tocou com Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Elba Ramalho e Maria Bethânia, além de outros importantes nomes da música brasileira. Tem parcerias com Gilberto Gil, Chico Buarque, Nando Cordel e Manduka, só para citar alguns artistas, que são clássicos do nosso cancioneiro. Dominguinhos segue compondo, gravando e fazendo shows com maestria, sempre seguindo os passos do padrinho Luiz Gonzaga, e sendo referência para músicos do Brasil e do mundo. Em sua simplicidade e generosidade, é sem dúvida um dos artistas mais populares do país. Um gênio indiscutível. Dono de uma hospedagem numa propriedade rural, na região de fronteira do Rio Grande do Sul, Miro é grande conhecedor e entusiasta da cultura da região. Em gravação para a série O Milagre de Santa Luzia, ao lado do fogo de chão montado no meio do campo, o gaúcho falou sobre as tradições de seu povo e as mudanças que a cultura vem sofrendo ao longo das últimas décadas. Em outro momento, ao lado da lareira, apresentou alguns músicos da região, que tocaram e falaram sobre aspectos da rotina campeira que inspiram sua arte. O programa traça um retrato sensível e peculiar dessa rica região, cujas tradições, ao longo de sua história, sofreram influências de tantos povos diferentes. Luiz Gonzaga faleceu em 1989, mas sua família, assim como o povo de Exu, mantém vivo seu legado musical e seu espírito generoso. As equipes do projeto O Brasil da Sanfona e do filme O Milagre de Santa Luzia gravaram depoimentos e músicas de Chiquinha, irmã de Luiz, e de Sérgio (filho de Chiquinha) e Joquinha, ambos sobrinhos do Rei do Baião. Todos são músicos e seguem a tradição da autêntica música nordestina. Sempre associando suas histórias às do parente ilustre, os três mostraram a atual situação de Exu e falaram de como era a cidade na época de Gonzaga; mostraram a antiga casa do Rei do Baião e contaram histórias curiosas da família. O programa permite um mergulho mais íntimo nas raízes de Gonzaga, e uma visão mais ampla de sua trajetória e o que a inspirou. Conhecido nacional e internacionalmente por ser o compositor de Esperando na Janela, que lhe rendeu um Grammy e fez muito sucesso na voz de Gilberto Gil, Targino Gondim tem outras belíssimas composições de forró, bebendo sempre na fonte dos mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Nascido em Salgueiro-PE, a apenas 100 KM de Exu, a cidade do Rei do Baião, Targino teve aulas de sanfona com o irmão dele, Eugênio Gonzaga. Começou tocando as músicas de Gonzagão, mas logo começou a compor e sua carreira deslanchou. O "sanfoneiro de ouro", como é conhecido, hoje faz shows por todo o Brasil e no exterior, divulgando com talento e responsabilidade o autêntico forró pé de serra. Patativa do Assaré não foi sanfoneiro, mas mereceu um programa na série O Milagre de Santa Luzia por sua importância indiscutível para a cultura nordestina e brasileira, e por ter muitos de seus poemas musicados. Triste Partida, o mais conhecido deles, é uma obra-prima, e ganhou versão musical à altura pelas mãos de Luiz Gonzaga. Já no fim da vida, Patativa declamou alguns de seus mais lindos poemas -- inclusive uma belíssima homenagem ao Rei do Baião - e falou sobre sua trajetória em gravação histórica feita em Assaré, para o projeto O Brasil da Sanfona. É um importantíssimo registro do poeta, pois sua poesia tem grande parte de sua força na oralidade, e nada mais adequado do que o próprio autor para declamá-la. É de encher os olhos a analogia feita entre Triste Partida e a história do pai de Dominguinhos, que ele conta emocionado. Mestre Chicão veio ao sudeste com a família e nunca conseguiu realizar o sonho de voltar para Pernambuco, trajetória comum a milhares de nordestinos da sua geração. Um programa imperdível! Nascido em Fortaleza, onde mora até hoje, Adelson Viana é considerado por muitos um dos maiores acordeonistas do país. Sua família é de músicos, e desde que começou a se aventurar como instrumentista, logo de cara quis tocar acordeom. Tendo seu pai, José Viana, como grande mestre, Adelson tocou por um longo tempo com o conterrâneo Raimundo Fágner, mas já dividiu o palco com outros músicos importantes, como Dominguinhos, Lenine, Naná Vasconcelos e Zeca Baleiro. Dono de um estúdio de gravação em Fortaleza, Adelson, além de exemplo, é um grande incentivador de sanfoneiros da nova geração. Foi ele, por exemplo, que indicou o jovem e talentoso Michel Marks para tocar na banda de Fágner. Adelson é um músico com múltiplos recursos, que passeia por diferentes caminhos da sonoridade brasileira, sempre baseado nos ritmos nordestinos, como o xote, o baião e o frevo. Não há um gaiteiro gaúcho que não reverencie e se inspire na música de Albino Manique. À frente d'Os Mirins, um dos mais tradicionais grupos do Rio Grande do Sul, com mais de 50 anos de existência, e admirado por sua técnica excepcional e apuradíssima, Albino destaca-se também por ter tocando em inúmeros bailes tradicionalistas, além de ser um recordista de horas de estúdio. Com todo esse prestígio, ao invés de tocar no Brasil inteiro e em outros países, onde certamente seria bem recebido, Albino prefere ficar em seu estado, tocando nos bailes, sua grande paixão. Atualmente sem tocar, promete voltar em breve à ativa. No delicioso bate-papo com Luiz Carlos Borges e Luciano Maia, na gravação da série O Milagre de Santa Luzia, foi Luciano que teve a incumbência de, com muito orgulho, tocar alguns dos clássicos do ídolo. Elogiado pelo mestre Sivuca, que pouco antes de falecer o considerava um dos grandes nomes da nova geração, Toninho Ferragutti é hoje unanimidade. Não há quem não o considere um dos melhores sanfoneiros do Brasil. Músico versátil, compositor e arranjador, Toninho realiza muitos trabalhos simultaneamente, e em todos esbanja competência e criatividade. De improvisos com os amigos Oswaldinho e Dominguinhos, à parceria com Bebê Kramer -- trabalho que rendeu disco e show elogiados pela crítica -, passando por uma notável parceria com a cantora Mônica Salmaso, entre incontáveis outros trabalhos, Ferragutti é garantia de qualidade musical. Já foi indicado ao Grammy Latino, em 2000, com o CD 'Sanfonemas', e seu CD 'Nem Lua nem Sol' foi considerado um dos 10 melhores de música instrumental de 2006. Chiquinho do Acordeon é um dos nomes mais importantes da história do instrumento no Brasil. Nascido em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, viajou pelo Brasil e pelo mundo ao longo de sua carreira, e já tocou com os maiores acordeonistas do país, como Dominguinhos, um grande amigo, Luiz Gonzaga e Sivuca, além de músicos importantíssimos da MPB, como Elis Regina, Ney Matogrosso e Maria Bethânia, entre muitos outros. Foi um dos músicos que colecionou maior numero de horas de estúdio no país. Com o sexteto do lendário maestro Radamés Gnatalli - que só passou a gostar de acordeom depois de ouvir Chiquinho tocar, e acabou compondo peças lindas especialmente para ele -, fez muito sucesso e ganhou muito prestígio. Chiquinho faleceu em 1993, no Rio de janeiro, mas é eternizado por sua música, que certamente nunca será esquecida. Pode-se dizer que Renato Borghetti é hoje um dos músicos brasileiros de mais sólida carreira internacional. Na primeira metade dos anos 2000, chegou a fazer até quatro turnês anuais. Não esquece, no entanto, de suas firmes raízes gaúchas; pelo contrário, trabalha para difundir a cultura do seu Estado para o mundo todo. Borghettinho, como é conhecido, começou na música aos 10 anos, e em pouco tempo já era referência no Rio Grande do Sul. Seu sucesso se deve à competência, é claro, mas também à ousadia de misturar ao folclore elementos da modernidade, criando um estilo inconfundível. Na gravação para o filme O Milagre de Santa Luzia, em sua linda fazenda no Rio Grande do Sul, além de tocar músicas belíssimas, conversou sobre os mais variados aspectos das culturas gaúcha e brasileira, com seu pai, Seu Rodi Borghetti, o mestre Dominguinhos e o acordeonista italiano Mirko Patarini. Filho do sanfoneiro que trouxe o forró do nordeste para o sul, o lendário Pedro Sertanejo, Oswaldinho do Acordeon seguiu os passos do pai, e, no que se refere a tocar sanfona, o superou de longe. Influenciado obviamente pelo forró, mas também por outros ritmos como o rock, de que gostava muito na juventude, Oswaldinho é certamente um dos maiores acordeonistas do país. Tendo tocado com grandes e diversos nomes da MPB, como Elba Ramalho, Tom Zé e Milton Nascimento, Oswaldinho também tem uma extensa carreira internacional, que inclui participações em importantes festivais, como o conceituado festival de jazz de Montreux, na Suiça. Atualmente, Oswaldinho toca um acordeom digital, instrumento que ele domina amplamente e lhe possibilita usar recursos eletrônicos que a sanfona tradicional não oferece. Luiz Gonzaga revelou ao Brasil e ao mundo a música nordestina. E com ela as alegrias e as angustias de sua gente. Extremamente criativo e poético, o Rei do Baião, como viria a ser conhecido, aprendeu a tocar sanfona com seu pai, o mestre Januário, que, nas horas vagas do trabalho na roça, tocava muito bem o instrumento de oito baixos. Gonzaga ainda não era adolescente quando começou a apresentar-se em bailes, forrós e feiras. No começo da juventude, ingressou no exército e, em 1939, deu baixa da instituição no Rio de Janeiro para dedicar-se exclusivamente à música. Aos poucos ganhou notoriedade, até que, em 1945, gravou sua primeira música como cantor, e em 1947 compôs Asa Branca, que posteriormente chegaria a ser considerada a canção mais relevante do país. A partir daí sua carreira deslanchou. São muitos discos, sucessos e parcerias, com músicos do Brasil inteiro. Mas o legado de Luiz Gonzaga vai além de seu raríssimo talento musical: ele foi um legítimo representante de seu povo, que foi testemunha de sua generosidade, coragem e firmeza ao longo de toda sua trajetória. Não é a toa que seu trabalho influencie direta e indiretamente o trabalho de inúmeros músicos das gerações posteriores à sua. A música popular brasileira foi para sempre transformada pela genialidade de Luiz Gonzaga. A música caipira de raíz de São Paulo tem uma história riquíssima, representada por ícones como Angelino de Oliveira, João Pacífico, as duplas Tonico e Tinoco e Mariano e Caçula, por exemplo. Mas há incontáveis músicos anônimos que engrossam o caldo dessa história, bem ao estilo 'come quieto' caipira, e que, carregados de simplicidade e inspiração, são a fonte inesgotável desse caldeirão artístico. Este programa da série O Milagre de Santa Luzia apresenta sanfoneiros amadores ou desconhecidos, representantes dessa história. Reunidos numa grande festa, na fazenda de Gilda Montans, em Ribeirão Preto, eles falam sobre a simplicidade da vida rural, da rotina do campo e como esse 'clima' se reflete na música que ouvem e tocam. As canções e os depoimentos, mais do que uma alternativa musical, apresentam uma visão de mundo oposta à dos habitantes das grandes cidades. Um programa inspirador, que instiga a reflexão. Arlindo dos Oito Baixos, mais do que uma figura que esbanja carisma e simplicidade, é patrimônio artístico do Estado de Pernambuco. Nascido em Sirinhaém, pegou gosto pela sanfona vendo o pai tocar, e se aventurou nas primeiras notas ainda muito criança, escondido dele. Desde então, transitou por diversos tipos de sanfona, mas no final dos anos 60 acatou o conselho de Luiz Gonzaga, com quem tocou durante 18 anos, e passou a se dedicar ao oito baixos, tornando-se uma lenda do instrumento. Autodidata, Arlindo, além de grande instrumentista, é também conhecido por sua sensibilidade e precisão para afinar e consertar sanfonas. Na década de 90, transformou o quintal de sua casa, que já era ponto de encontro de músicos amigos, no 'Forró de Arlindo', uma das mais tradicionais e conceituadas casas de forró de Recife até os dias de hoje. Lá se apresentam Dominguinhos, Camarão, Genaro e outros mitos da música nordestina, assim como os bons sanfoneiros da nova geração. Waldonys se interessou pela sanfona vendo seu pai, Eurídice, tocar, quando ainda era muito pequeno. Aos 11 anos começou a se aventurar com o instrumento e logo se revelou um talento raro. Aos 14, foi convidado para participar de um disco de Dominguinhos, e aos 15 gravou com Luiz Gonzaga a música Fruta Madura, na qual o Rei do Baião carinhosamente o chama de 'garoto atrevido'. A partir daí, sua carreira deslanchou: gravou muitos discos solo e participou de trabalhos de importantes nomes da MPB, como Zé Ramalho e Marisa Monte. Mas a sanfona não é a única profissão de Waldonys, que também é piloto de avião e pára-quedista. Em entrevista gravada na casa de seus pais, em Fortaleza, para a série O Milagre de Santa Luzia, ele contou histórias interessantes de como mistura essas três paixões. Conhecido por sua timidez, o paraibano Valtinho do Acordeon quase se recusou a conceder uma entrevista para a série O Milagre de Santa Luzia. Só topou quando soube que o programa era conduzido pelo grande ídolo e amigo Dominguinhos, para ele o melhor sanfoneiro do mundo. A introspecção de Valtinho é tanta, que o sanfoneiro, muito elogiado por colegas do nordeste, inclusive por Luiz Gonzaga, que o viu tocar quando ainda era menino, se recusa a gravar discos e fazer shows grandes. Mas na gravação do programa, a beira-mar, em João Pessoa, ele se soltou e, além de tocar músicas lindas, contou histórias incríveis de sua trajetória, na qual fez grandes parcerias, inclusive com o mestre Sivuca. Além de músico, Valtinho também é dentista; entre outros assuntos, falou sobre como concilia as duas atividades. O pernambucano Enok veio para São Paulo na juventude, e depois de conhecer Americana, acabou se firmando na cidade, fugindo do caos da capital paulista. À frente do importante Trio Virgulino há cerca de 30 anos, Enok é um dos mais respeitados sanfoneiros de forró do Brasil. O Trio é um dos grandes responsáveis pela febre do 'forró universitário', que desde de o inicio da década de 90 faz muito sucesso em São Paulo. Com uma discografia extensa e shows regulares nas mais importantes casas de forró, Enok e sua banda abriram espaço à família Virgulino, banda formada por seus filhos. Jonas, um dos sanfoneiros da banda, participou da gravação com o pai, para a série O Milagre de Santa Luzia. Na charmosa estação de trem de Americana, contaram histórias e tocaram músicas que fariam tremer uma sala de reboco. Fundador e líder d'Os Serranos, tradicional grupo de música gaúcha que está na estrada há mais de 40 anos, Edson Dutra é um dos mais respeitados gaiteiros do Rio Grande do Sul. Advogado de formação, já dividiu escritório com Nico Fagundes, outro ícone da cultura tradicionalista de seu estado, mas o talento e a paixão pela música fizeram com que Edson largasse a profissão e se dedicasse exclusivamente à gaita e ao grupo. No começo da carreira, foi aluno dos Irmãos Bertussi, e hoje é muito elogiado pelo grande mestre Adelar, que o considera um dos maiores representantes do 'jeito Bertussi' de tocar. Edson, além de músico, é grande conhecedor das tradições de seu povo, e compartilhou histórias e convicções, fazendo paralelos entre o tempo em que era jovem e a situação atual, sobre a formação e a preservação da cultura gaúcha, em entrevista concedida à série O Milagre de Santa Luzia. Fã declarado de Dominguinhos, Beto Hortis é considerado hoje um dos maiores sanfoneiros de Recife. Começou a tocar influenciado por seu avô, que também era instrumentista. Além de Dominguinhos, Beto sempre buscou inspiração em mestres como Oswaldinho, Sivuca, e Luiz Gonzaga, tocando sempre o autêntico forró pé de serra. Já participou de CDs de artistas importantes da música pernambucana, como Alcymar Monteiro, Jorge Altino e Xico Bezerro. Em 2007, Beto foi um dos finalistas nacionais do Festival Internacional da Roland, que premia na Itália o melhor acordeonista do mundo. Como bom paulistano, Gabriel Levy bebe em muitas fontes musicais e toca diversos estilos no acordeom. Interessado pelo estudo de culturas regionais, inclusive de outros países, ele realiza estudos aprofundados com sua banda Mawaca, mas também toca com grupos de música árabe, hip-hop, e já participou de uma importante banda de forró com Tião Carvalho, a Mafuá, entre muitos outros trabalhos e estudos. Já tocou com nomes importantes e diversificados, como André Abujamra, Vanessa da Mata, Pena Branca e Xavantinho, Fáfá de Belém e o coreógrafo Ivaldo Bertazzo. No programa da série O Milagre de Santa Luzia, Gabriel Levy traz informações preciosas sobre o instrumento. A equipe da série acompanhou sua rotina corrida pela grande metrópole, gravando alguns desses trabalhos riquíssimos musical e culturalmente. Compositor do clássico 'Canto Alegretense', considerado um hino extra-oficial do Rio Grande do Sul, Bagre Fagundes é sinônimo da cultura tradicional gaúcha. Torcedor 'doente' do Internacional e grande militante das tradições, ao ser perguntado se considera-se um gaiteiro, Bagre humildemente responde que não, pois não pode colocar-se no mesmo patamar de nomes como Renato Borghetti e Luiz Carlos Borges. Mas são justamente estes e outros gaiteiros de seu estado que reconhecem a importância de Bagre como músico, principalmente por ter composto uma música tão representativa de sua região, regravada por tantos músicos importantes de todo o Rio Grande. Gaiteiro ou não, a verdade é que a história de Bagre Fagundes, assim como a da família Fagundes de forma geral, confunde-se com a formação e manutenção das tradições gaúchas. Nascido em Brejo da Madre de Deus, agreste de Pernambuco, Camarão é uma lenda da sanfona nordestina. Aprendeu o ofício com o pai, e, depois de tentar inúmeras outras profissões, sempre se frustrando, resolveu seguir seu talento e passou a dedicar-se exculsivamente à sanfona. Tocou com os maiores nomes do instrumento no Brasil, como Luiz Gonzaga, Sivuca Hermeto Pascoal e Dominguinhos. Camarão é um forrozeiro de mão cheia, mas já participou de big bands e passeou por diversos outros estilos. Até Beatles já tocou, lembrou Dominguinhos ao falar do amigo. Compositor inspirado, desde a década de 80 Camarão mora em Recife, onde toca nos melhores forrós e ensina sua técnica na escola que fundou, a Escola Acordeon de Ouro. Em 2002, foi-lhe concedido pelo Governo do Estado o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Discípulo de Dominguinhos, Cezinha é uma das grandes revelações da sanfona pernambucana. O jovem instrumentista já tem um currículo invejável: tocou com Elba Ramalho, Marinês, Genival Lacerda e Wagner Tiso, entre outros importantes nomes da música brasileira. Seguindo conselho do Mestre Dominguinhos, Cezinha, há alguns anos, começou a cantar também. E, curiosamente, sua voz lembra muito a do mestre. Cezinha já lançou um disco solo, com composições próprias, e segue fazendo cada vez mais parcerias importantes e bem-sucedidas. Alagoano radicado em Recife, Cicinho é conhecido não só por ser um grande sanfoneiro, mas também por seu trabalho como afinador de sanfonas. Referência nesse tipo de serviço, cuida dos instrumentos dos melhores acordoenistas do nordeste, entre os quais, os ídolos e amigos Dominguinhos e Camarão (em homenagem a este último, inclusive, gravou um disco). Cicinho já esteve na Itália visitando as mais conceituadas fábricas de acoredons, viagem que considerou fundamental para a evolução de seu trabalho. Hoje, orgulha-se de ver seus filhos seguindo seus passos e iniciando suas próprias carreiras musicais. Cicinho contou essas e outras histórias deliciosas, além de ter tocado muita música boa, no Marco Zero, ponto histórico da cidade de Recife, em entrevista concedida à série O Milagre de Santa Luzia. Gaúcho natural de Vacaria, Alessandro Kramer, mais conhecido como Bebê, é um dos nomes mais significativos da nova geração de acordeonistas. Atualmente morando no Rio, mas sem esquecer as origens gaúchas (ele diz que sempre toca pilchado, em homenagem a seu estado de origem), Bebê divide o palco com grandes nomes da música brasileira, como o conterrâneo Yamandu Costa e o paulista Toninho Ferragutti, com quem forma um interessante e criativo duo de acordeons. Fã inveterado de Dominguinhos, Bebê é também admirado pelo ídolo, que o aponta como um dos grandes atualmente no país. Mestrinho e Olivinho representam a nova safra de grandes sanfoneiros do país. Entre outros aspectos, têm em comum o fato de serem discipulos de Dominguinhos. Em gravação para a série O Milagre de Santa Luzia feita no Canto da Ema, importante casa de forró de São Paulo, o mestre bateu papo e tocou sanfona com os dois. Na conversa, surgiram lembranças do passado e histórias do presente, e foram traçados paralelos entre a época em que Dominguinhos começou e os dias de hoje. Mestrinho, como o ídolo, veio do Nordeste, mais precisamente de Sergipe, e teve dificuldade para se adaptar, mas hoje não quer sair de São Paulo, pois há muitas opções de trabalhos e parcerias na cidade. Olivinho nasceu em Garanhuns, terra de Dominguinhos, mas ainda muito criança mudou-se para São Paulo e estabeleceu-se no ABC paulista. Ambos já são nomes recorrentes na cidade e tocam com músicos de ponta. Alagoano, morando há muitos anos em Recife, Genaro é um dos mais respeitados sanfoneiros do nordeste. Conhecido por ter substituído Lindu à frente do Trio Nordestino no começo dos anos 80, Genaro ficou muitos anos no grupo, até o inicio da década de 90. A partir daí, começou a tocar com Walkiria, sua esposa, com quem emplacou muitos sucessos. Genaro, além de grande instrumentista, tem uma voz afinadíssima, e, junto com Camarão, Dominguinhos, Arlindo dos 8 Baixos e outros poucos, faz parte da nata dos sanfoneiros pernambucanos de forró. Cantor, compositor e acordeonista, Luiz Carlos Borges começou sua carreira aos 7 anos de idade, no conjunto "Irmãos Borges", na região missioneira do Rio Grande do Sul. Sua carreira solo iniciou-se com o sucesso da música "Tropa de Osso", premiada no importante festival Califórnia da Canção Nativa. Desde lá, já foram mais de 30 discos gravados, sempre investindo na renovação da música tradicional gaúcha. A partir da década de 90, Borges iniciou uma bem-sucedida carreira internacional, divulgando o que há de melhor na música de seu estado. Borges tem muitos amigos e admiradores no meio musical, entre eles o mestre Dominguinhos, e é uma referência para os novos e talentosíssimos acordeonistas gaúchos, como Bebê Kramer e Luciano Maia. Gilberto Monteiro é mais do que um importante gaiteiro do Rio Grande do Sul: é, sobretudo, uma lenda musical. Famoso por seu misticismo, alguns o associam a elementos como elfos, fadas e gnomos, outros dizem que seu apelido, 'El Loco', é perfeitamente justificável. Mas a verdade é que Monteiro, além de uma figura simpática e gentil, é um músico inigualável, cujo estilo de tocar gaita é inconfundível. Suas músicas são carregadas de emoção e beleza, e suas apresentações arrancam aplausos comovidos de todo tipo de público, além de resenhas elogiosas da crítica. Gilberto Monteiro é único, e suas composições, muito inspiradas pela natureza, sobreviverão ao tempo, entrando para a história da música gaúcha e brasileira. Muito se ouve falar dos grandes sanfoneiros das diversas regiões do país, mas poucos sabem alguma coisa a respeito do processo de fabricação e afinação desse caro e complexo instrumento. Neste programa, a série o Milagre de Santa Luzia visitou a fábrica Letticce, em Campina Grande, fundada e administrada pelo cantor e sanfoneiro Amazan, e, em Recife, a oficina de Lula do Acordeon, que, além de instrumentista, é um exímio afinador de sanfonas. Na Fábrica Lettice, além de mostrar cada etapa do processo de fabricação do instrumento, Amazan falou sobre os obstáculos que enfrentou e ainda enfrenta na construção e manutenção da fábrica, a única em atividade no Brasil. Antes de montá-la, inclusive, foi, na cara e na coragem, à Itália, onde ficam as melhores fábricas do mundo, atrás de informações e segredos que pudessem lhe ajudar a fazer um instrumento 'top de linha'. Sonho realizado, Amazan, neste programa, mostra ao público o resultado de seu esforço. Lula do Acordeon, em sua oficina, mostrou diferentes tipos de sanfona, como e por que elas desafinam, e a sensibilidade necessária ao ofício da afinação, que exige muito mais do que a simples aplicação da técnica. Falou também sobre a importância do instrumento para a cultura nordestina e os motivos que o fizeram parar de tocar e dedicar-se exclusivamente às atividades de afinação e conserto. Adelar Bertussi é um mito da música gaúcha e do acordeom brasileiro. Não há um gaiteiro do sul, que aprecie a música de raiz do seu estado, que não seja influenciado pelos Irmãos Bertussi, parceria de Adelar com seu irmão, Honeyde, falecido em 1996. O duo, que tocou em bailes por todo o país, contribuiu muito para estabeler e firmar aspectos da cultura tradicional gaúcha, perpetuados hoje pela nova geração. Adelar, no entanto, não se relacionou apenas com músicos de seu estado; entre as amizades que fez com sanfoneiros de diversas regiões, uma em especial lhe marcou muito: a de Luiz Gonzaga, que, além de bom amigo, admirava muito seu estilo original de tocar. Hoje Adelar mora em Curitiba, cidade de sua esposa, mas segue viajando e tocando sua gaita Brasil afora, divulgando a mais autêntica música tradicional gaúcha. Em mais um programa sobre o misterioso ofício da afinação de sanfonas, a série O Milagre de Santa Luzia visitou duas oficinas em situação bastante distintas: a de Zino Prado - instrumentista e afinador respeitadíssimo no estado de Goiás -, que, à época da visita, funcionava em situação precária, e, em São Paulo, a de Baziotti, um dos melhores afinadores do país. A entrevista com Zino Prado, feita originalmente para o projeto O Brasil da Sanfona, foi riquíssima, e revelou aspectos profundos da cultura do músico popular, distante da fama e do dinheiro, mas dotado de inspiração rara. Além de mostrar os procedimentos da afinação, Zino também tocou algumas músicas, relembrando os tempos em que se apresentava nos bailes. Em seu local de trabalho, Bazioti, junto com o mestre Dominguinhos, mostrou os diferentes tipos de sanfona, suas peculiaridades, e a sensbilidade aguçada necessária ao trabalho de afinação, que exije mais do que conhecimento técnico para ser feito com a precisão que exigem seus clientes, entre os quais alguns dos melhores instrumentistas do Brasil. Pinto do Acordeon é um grande músico com uma extensa trajetória (já gravou 19 discos), mas, acima de tudo, é uma figura inigualável, tão carismática quanto engraçada. O paraibano de Conceição de Piancó, seguindo a tradição de Luiz Gonzaga, mistura suas músicas à contação de 'causos'. E não dá ponto sem nó: uma história é melhor que a outra. O próprio Dominguinhos, seu amigo, não se aguentou e caiu na risada no meio da gravação para o filme O Milagre de Santa Luzia. Sua versão de 'New York, New York', de Frank Sinatra, já vale o programa. Mas tem muito mais: além de engraçado e afável, Pinto dá uma aula sobre a música nordestina e sua ligação com outros aspectos culturais e sociais da região, e faz um som de primeira na lendária sanfona branca de teclas pretas que pertenceu a Luiz Gonzaga. Influenciada pela mãe, Elvira Sbrighi, que era pianista e acordeonista, a paulistana Renata Sbrighi começou seus estudos musicais no piano, aos 7 anos de idade. No entanto, ao ver sua mãe ensaiar, e também as apresentações nos Bailes da Saudade, os vestidos utilizados na época e todo o glamour em torno das musicistas, Renata também quis estudar o acordeom. Em 1954, formou-se pelo Conservatório Conselheiro Lafaiete e tornou-se professora. Em 1988, decidiu reunir amigos e alunos para uma orquestra, fundando assim a Orquestra Sanfônica de São Paulo, que logo se tornou um sucesso. Tocando os mais variados estilos, entre eles tango, chorinho, e peças de música erudita, a Orquestra conta hoje com mais de 60 músicos, e se apresenta em todo o Estado de São Paulo e outras regiões do país. O grupo já esteve, inclusive, no importante Concurso Internacional de Castelfidardo, na Itália. Os músicos são de todas as idades e origens, mas o comando é sempre da maestrina Renata, que tem o respeito e a admiração de todos. Não é arriscado dizer que Sivuca é uma das mais significativas figuras da história da música brasileira. Nascido em Itabaiana, em 1930, faleceu em João Pessoa, em 2006, meses depois de, ao lado de Dominguinhos, participar de gravação histórica para o filme O Milagre de Santa Luzia, em sua casa. É difícil não se emocionar assistindo aos amigos tocando músicas lindas e relembrando histórias memoráveis. Foi o último registro de um gênio, que revelou ao mundo a universalidade da música nordestina, e, durante toda a vida, tocou com absoluta maestria tanto a música erudita como a popular. O paraibano já morou em Nova Iórque e na Europa, onde sua música tem prestígio até hoje. Sua discografia é enorme, assim como a quantidade de parcerias, com os nomes mais importantes da música brasileira. Sivuca é uma pérola da cultura nacional e será eternamente lembrado por meio de sua arte. Numa remota cidade do Rio Grande do Sul, numa casa discreta ao fundo de um longo gramado, a equipe d'O Milagre de Santa Luzia encontrou Farofa, um senhorzinho sorridente e divertido. Não conseguindo abrir a porta de casa, pulou a janela para abri-la por dentro e assim receber a equipe de filmagem. Sentado em sua cama, num quarto mal iluminado e com as paredes descascadas, tocou seu acordeom verde e contou histórias de sua vida. Músico de talento, já tendo tocado com nomes importantes do Rio Grande do Sul, Farofa é um típico caso de um talento profissional esquecido, cujas oportunidades e apoiadores parecem ter desaparecido conforme a idade avançou. À época da gravação, trabalhava como vigia para se sustentar, mas diante da câmera não escondeu o talento e a paixão pela música, e tocou singelas canções no acordeom, acompanhado da voz e do violão do amigo Cláudio Levitan, um dos poucos que ainda não o havia esquecido. Farofa faleceu algum tempo depois do encontro, mas provavelmente poucos ficaram sabendo de sua morte. O programa, mais do que uma homenagem, é uma forma de manter vivo seu legado. Nascido em Niterói, onde começou seus estudos musicais aos 4 anos de idade, Marcos Nimrichter, no começo da carreira, era pianista. Já na juventude, começou a estudar acordeom de maneira autodidata. Desenvolveu-se muito com o instrumento, mas Marcos ressalta que não se considera um acordeonista ou um pianista: acima de tudo é um músico. E um baita músico, que passeia por diversas searas. Já participou de trabalhos de artistas diversos, como Milton Nascimento, Chico Buarque, Zé Keti e Sandra de Sá, e já tocou ao lado de mestres como Hermeto Pascoal, Paulo Moura, Wagenr Tiso, e os jazzistas Wynton Marsalis e Stanley Jordan. Um dos trabalhos mais marcantes de Marcos é com o quinteto inspirado no de Radamés Gnatalli, no qual ele faz o papel do grande mestre Chiquinho do Acordeon, que, ao lado de Dominguinhos, é o grande ídolo de Marcos entre os acordeonistas brasileiros. Nascido em Fortaleza, Cézar do Acordeon deixou o Ceará há cerca de 40 anos, rumo à São Paulo, com a intenção de difundir a cultura do forró pé de serra. Orgulhoso de sua terra e de suas raízes culturais, Cézar, todavia, é um sanfoneiro versátil, que transita por todos os estilos musicais. Tem dezenas de discos lançados, entre os quais um belíssimo tributo a Gonzagão. Em bate-papo regado a música com Dominguinhos, em gravação para a série O Milagre de Santa Luzia, Cézar relembrou os tempos em que tocaram juntos, e algumas histórias incríveis envolvendo o Rei do Baião, o Trio Nordestino e outros músicos importantes de sua geração. O encontro dos amigos, que não se viam há anos, aconteceu na casa de Cézar, em Guarulhos. Num meio em que os homens são maioria absoluta, Gilda Montans e Meire Genaro buscaram espaço e se firmaram como um importante duo de acordeonistas. Naturais da região de Ribeirão Preto, estão juntas há mais de 25 anos, sempre transitando entre a música erudita e a popular. Além de excelentes instrumentistas, Gilda e Meire também são grandes divulgadoras da sanfona e da genuína música regional. Realizam, de tempos em tempos, memoráveis encontros de sanfoneiros na fazenda de Gilda, em que se apresentam músicos renomados e anônimos, do interior de São Paulo e de outros estados. Até ilustres convidados estrangeiros já passaram por lá, como o mestre francês Richard Galliano. Foi num desses encontros, inclusive, que Dominguinhos, em momento de grande emoção, compôs uma belíssima música em homenagem às duas. Além de virtuoso tocador da sanfona de oito baixos, o paraibano Geraldo Correia, especialista em choros, é também um grande compositor. Sua sanfona, afinada por ele mesmo, tem um som inconfundível, que segundo o amigo Dominguinhos lembra muito o do clarinete. Durante oito anos, Geraldo viveu entre Rio de Janeiro e São Paulo, gravando pela Cantagalo, lendária gravadora de Pedro Sertanejo, e tocando nos diversos forrós do próprio Pedro. Hoje em dia continua tocando, em Campina Grande, onde mora. Em sua carreira, gravou 14 discos, e já tocou com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos, entre outros grandes nomes da música nordestina. Admirado por instrumentistas de ponta de todo o Brasil, como Dominguinhos e Luiz Carlos Borges, Dino Rocha é o maior representante da sanfona do centro-oeste. Filho de mãe alemã e pai paraguaio, Dino é especialista em chamamé, e se destaca por seu jeito peculiar de tocar os baixos. Em entrevista feita no Pantanal, para o filme O Milagre de Santa Luzia, ele contou como a beleza natural inspira sua música, falou de suas influências e dos tempos em que tocava nos bailes da região. Além das histórias riquíssimas, trocou informações musicais e tocou músicas lindas com Dominguinhos e Elias Filho, num registro histórico. Representante da autêntica música sertaneja goiana, Elias Filho, além de instrumentista, compõe letras e músicas no acordeom pianado. É dele, por exemplo, o clássico 'Pinga Nimim', eternizado na voz de Sérgio Reis. Conhecido como 'Leão da Sanfona', Elias é um dos maiores acordeonistas do centro-oeste, cuja riquíssima tradição musical traz influências de todas as regiões do Brasil e dos países vizinhos, principalmente do Paraguai.

Um comentário:

  1. Um grande trabalho feito,RECONHECENDO ASSIM OS GRANDES ARTISTAS (ALGUNS VERDADEIROS GÊNIOS DA GAITA OU SANFONA).

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